Na São Paulo dos anos 1960, enquanto a música brasileira vive uma explosão criativa e comercial, uma banda atua fora dos holofotes: Os Carbonos. Liderada pelos irmãos Raul, Beto e Mário Carezzato, músicos versáteis e incansáveis, torna-se peça-chave de uma engrenagem invisível que sustenta a indústria fonográfica.

 

Gravando dia e noite durante décadas, deixam sua marca em milhares de canções populares, sucessos que atravessam gerações e que moldaram a cultura musical brasileira.  

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À medida que a trama se desenvolve, o documentário revela o cotidiano intenso desses operários do som: gravações maratônicas, a superação das dificuldades técnicas, arranjos feitos com rigor artesanal e uma entrega absoluta à música. Por trás da técnica, há laços familiares, vocações moldadas pelo trabalho e um silêncio imposto pela estrutura da indústria.

 

Décadas se passam, o Brasil muda, mas a história dos Carbonos permanece à margem — até que o tempo, finalmente, exige uma revisão.

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Hoje, aos quase 80 anos, esses músicos confrontam um passado de contribuição artística sem reconhecimento. Não receberam grande parte dos direitos por suas gravações. Foram esquecidos por quem lucrou com sua arte. Entre memórias guardadas em fitas, documentos esquecidos e uma luta tardia por justiça, surge o verdadeiro conflito: como reivindicar um lugar na história quando a própria memória cultural parece os ter apagado?

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Os Carbonos é um documentário sobre presença e apagamento, sobre arte feita no silêncio e o desejo universal de não desaparecer. A partir da jornada desses personagens, o filme ilumina uma questão maior: o que acontece quando a cultura esquece quem a construiu? E culmina na redenção desses personagens que ao longo desse processo de releitura da própria história percebem que seu legado persiste.